Com o passar dos anos, a Wizards of the Coast é conhecida primariamente por duas franquias milionárias que conquistaram o mundo do nerd: D&D e Magic, the Gathering, porém com os negócios crescendo e se especializando, decidiram que era hora de fundar um estúdio dedicado a criar novas IPs (propriedades intelectuais) para seus consumidores.

Com sede em Austin, Texas, o novo estúdio será liderado por James Ohlen, um veterano de mais de 20 anos no desenvolvimento de videogames para a Bioware. Foi através de sua imaginação e dedicação roterizou e desenvolveu os mais que consagrados Baldur’s Gate, Neverwinter Nights, Dragon Age: Origin, Star Wars: Knights of Old Republic e Star Wars: Old Republic.

James admite que suas maiores inspirações para criar esses videogames sempre foram suas experiências pessoais com seus jogos favoritos que são D&D, Star Wars D6 (West End Games) e Battletech.

“Meu amigo Sean Carriere me apresentou uma campanha [de AD&D] em que ele estava jogando quando eu estava visitando o escritório da BioWare em Edmonton. Outro amigo, Jeff Veitenheimer, também estava jogando, então participei de várias sessões. Um fato divertido: o personagem de Sean se chamava Edwin e Jeff se chamava Sarevok. Eles foram a inspiração para os personagens de Baldur’s Gate!”, diz James Ohlen, “Havia muitos fãs de LARPing também. Nos primeiros dias, fiz uma campanha em que Mark Darrah interpretou Boddyknock (um mago gnomo) e David Gaider interpretando Evangeline (um clérigo meio-orc). Ray Muzyka às vezes interpretava um mago chamado Davaeorn”.

Sobre sua carreira profissional como game designer, James relembra que todos na Bioware eram grandes entusiastas dos jogos de RPG e ele afirma que a melhor coisa que fez foi assumir o papel de Mestre do jogo e criar aventuras para seus amigos. De acordo com ele, foi através de suas campanhas que ele refinou sua habilidade de equilibrar os momentos de ação e de desenvolvimento de personagens através da narrativa lúdica. Isso influenciou diretamente em sua capacidade de saber o que seria importante e instigantes para os diversos tipos de públicos que consomem jogos eletrônicos. Quando James saiu da Bioware ano passado, ele estava pensando “dar um tempo” de jogos eletrônicos e rever suas perspectivas profissionais, porém algo inesperado ocorreu…

“Eu tinha recusado a maioria das oportunidades de trabalho para voltar à indústria de jogos, queria me afastar por um tempo daquilo tudo, mas quando conversei com o presidente da Wizards of the Coast, Chris Cocks, e ele me deu um cenário muito intrigante e interessante. Resolvi voar até Seattle para uma conversa com Wizards of the Coast que durou seis horas. Eu parecia estar em uma cena de O Poderoso Chefão, em que estava com uma proposta boa demais para recusar nas mãos. “, disse James Ohlen em entrevista ao site gamesindustry.biz.

Quando questionado sobre o impacto que a sua liderança pode ter na formação da cultura de um estúdio, Ohlen diz que está ciente das implicações, e tem procurado amigos, colegas e mentores como os fundadores da BioWare, Ray Muzyka e Greg Zeschuk para aconselhamento.

Em declaração oficial, Chris Cock disse que os jogos produzidos pela equipe podem ser lançamentos de forma independente, com expansões e tie-ins próprios a ponto de se tornar tanto uma série ou universo mais amplo, mas salientou que este estúdio não irá produzir nenhum título para compor o multiverso de Dungeons and Dragons ou terá ligação com o cardgame de Magic.

Recentemente, Ohlen está em campanha de financiamento coletivo de seu livro de RPG “Odyssey of Dragonlords”, um cenário inédito para D&D 5E com inspiração na Grécia Antiga.