ENTREVISTA: YARGO REIS E A FORJA PROFANA
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Yargo Reis vive em Paracambi, RJ, e é o responsável pela empresa de miniaturas Forja Profana. Sempre engajado com a divulgação e promoção do hobby em sua região, ele já organizou eventos e hoje toca um projeto de RPG em escolas públicas.

ENTREVISTA: YARGO REIS E A FORJA PROFANA

As miniaturas da Forja Profana tiveram seus modelos escolhidos cuidadosamente na necessidade dos jogadores de RPG no Brasil. A escolha do escultor, Boris, foi só mais uma prova do compromisso da empresa com qualidade.

ENTREVISTA por Jorge Caffé:

A princípio, conte-nos como foi que você começou no RPG e no mundo das miniaturas.

Conheci o RPG entre a sexta e a sétima série, meu irmão e um primo jogaram, com um conhecido mais velho, a caixa de D&D da Grow. Depois disso eles juntaram mais alguns amigos para jogar e um desses já mestrava, foi quando eu entrei na mesa e joguei pela primeira vez a aventura A Masmorra de Zanzer Tem.

Com relação as miniaturas, nunca havia usado miniaturas em meus jogos, no máximo essas miniaturas de papel e geloucos. Até o dia em que conheci minha atual esposa, ela é pintora de miniaturas e assim comecei a minha paixão por elas.

ENTREVISTA: YARGO REIS E A FORJA PROFANA

O cenário de miniaturas fabricadas no Brasil ainda está começando e conta com pouquíssimas empresas sérias no mercado. O que o levou a investir nesse ramo?

Sempre tive vontade de trabalhar com algo relacionado a jogos, mas nunca tive conhecimento necessário, foi então que surgiu a oportunidade de trabalhar com miniaturas, já que não estava satisfeito com meu atual emprego e seria incrível ter minha própria empresa de miniaturas.

Ano passado houve um Financiamento Coletivo que não conseguiu bater a meta. Muitos diriam que esse seria o fim da Forja Profana, entretanto, a empresa parece ter dado a volta por cima e segue em um plano sólido e gradual. O que ficou de positivo dessa experiência?

O financiamento seria para agilizar o processo de consolidação da marca, porém não era um critério decisivo para o lançamento da empresa, pois já tinhamos em mente um plano bastante sólido. O que ficou de positivo foi o amadurecimento que tivemos enquanto empreendedores no Brasil. Fez com que nos tornássemos mais realistas quanto as exigências dos nossos consumidores. Além de que construimos uma rede de apoiadores indiretos, que engrandecem em muito a nossa jornada.

ENTREVISTA: YARGO REIS E A FORJA PROFANA

Seu principal escultor, Boris Szuster Woloszyn, ficou conhecido por ter participado de um financiamento coletivo anterior de outra empresa, que deu muita dor de cabeça aos envolvidos, por diversos motivos. Houve alguma comparação do trabalho das duas?

Se houve não chegou até nós, buscamos o escultor pelo seu talento, profissionalismo e reconhecimento nacional e internacional.

O tratamento dado às miniaturas da Forja Profana é excelente (não estamos puxando o saco, basta olhar!) e bem acima da média no mercado nacional. Isso desde a pintura até a seleção de embalagem, sendo inclusive a primeira produtora nacional a conter aviso de idade. Como foi o estabelecimento dessa linha logística?

Desde o esboço do projeto da Forja, pensamos em todos os ângulos da produção, custo, tempo, material e buscamos referências no mercado internacional. Ao longo do desenvolvimento fomos ajustando formas para que o produto final fosse de excelente qualidade. Nesse tempo, estudamos e desenvolvemos uma forma de pintar as miniaturas artesanalmente, que vizam a produção comercial, porém não invalide o toque artistico do pintor. Para a embalagem, buscamos uma que fosse segura para o envio das miniaturas, prática para expor nas lojas e visualmente bonita para os clientes. Além dos demais aspectos da produção das peças em que somos cautelosos quanto à qualidade.

A Forja Profana não trabalha com vendas diretas aos seus colecionadores, revendendo suas peças apenas através de lojas. O que os levou a essa escolha e qual é o principal objetivo da empresa, com ela?

Em primeiro lugar somos uma empresa iniciante, contanto apenas com três pessoas, e seria muito dispendioso preparar e enviar os pedidos diariamente, assim como não garantiríamos o atendimento que nossos clientes merecem, causando um atraso na parte de produção das miniaturas. Em segundo lugar, após analise de mercado, decidimos que o elo de ligação entre nós e os nossos clientes seriam as lojas, que estão bem mais preparadas para atendê-los e, também não é nosso intuito competir diretamente com nossos revendedores.

Existe uma tendência, criada nos anos 90, de dizer que miniaturas de chumbo são tóxicas. Como é a escolha da matéria prima de suas peças e o que vocês têm a dizer sobre essas alegações?

Nessa época as miniaturas continham o elemento chumbo em sua composição e já foi provado que ele é tóxico, mas isso é passado e hoje, as empresas internacionais assim como nós, trabalhamos com uma liga de metal branco, que pode variar os seus componentes de acordo com a qualidade de detalhes, dureza e elasticidade da peça.

ENTREVISTA: YARGO REIS E A FORJA PROFANA

As miniaturas, em um primeiro momento, estão seguindo a linha de fantasia medieval. Temos a presença de diversos personagens icônicos da Fantasia, como o Elfo Ranger e o humano paladino. Como é feita a escolha dos modelos a serem esculpidos?

As primeiras peças da Forja foram pensadas nos personagens mais icônicos usados nos jogos de fantasia medieval. Planejamos a longo prazo, ter peças que contemplem a todos os cenários jogados no brasil. Intencionamos que nossos clientes sempre encontrem na Forja a peça que o represente, e para isso estamos sempre nos comunicando através das redes sociais buscando sugestões para as novas peças a serem produzidas.

É certo dizer que a Forja Profana favorece qualidade ao invés de quantidade?

Sim. Somos seletivos já na escolha dos escultores e, a partir de esculturas muito bem realizadas, fica impossivel não dar atenção e acabamento das peças para que elas sejam cuidadosamente finalizadas.

Yargo, além de uma empresa de miniaturas, você também tem um projeto de RPG em escolas, certo? Como é a gestão desse projeto?

Sim, depois de alguns meses consegui juntamente com um amigo, que é professor de história da rede municipal de Paracambi, o espaço para realizar o projeto. Nesse projeto nós selecionamos o período da nossa história que o jogo iria se passar, o qual os alunos já estudaram no semestre anterior e trabalhamos em cima dele. Começamos com um jogo ambientado na Primeira Grande Guerra, onde os alunos são soldados sobrevivendo aos horrores da mesma.

ENTREVISTA: YARGO REIS E A FORJA PROFANA

O que o motivou a escolher um trabalho voluntário com RPG nas escolas?

Fui um aluno muito desmotivado e disperso com o método de ensino brasileiro, então usando o RPG os alunos se interessaram mais sobre as disciplinas e o hábito da leitura.

Para terminar, o que podemos esperar para 2019 em termos de miniaturas pela Forja Profana?

Nossos clientes podem esperar para 2019 uma ampliação em nossa linha de fantasia medieval e possivelmente o lançamento de uma linha de miniaturas inspiradas em nosso folclore.

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